Fim de férias
Hoje começam as aulas dos meninos, é oficialmente o fim das férias. Felizmente as nossas, são previsivelmente para quem vai acompanhando o blogue e toda a gente que nos conhece, o oposto das descritas no Abrupto. Para mim, o cúmulo das férias é uma piscina de águas calmas, uma praia sem ninguém, um hotel com muito pouca gente. Na nota do Abrupto há na minha opinião duas questões algo injustas para muitas pessoas — não têm culpa de ter pouco dinheiro e na maior parte dos casos pelo menos uma parte do casal é obrigada a passar férias em Agosto, o que equivale a dizer que toda a família tem de passar férias em Agosto, não por mero gosto em ajuntamentos. No entanto, isso não invalida que muita da realidade veraneante seja a da total confusão e cansaço.
Este é o segundo ano que vamos para o Hotel Golf Mar. Eu já por lá tinha andado com os meus pais e primas, há uns vinte anos ou mais. O ano passado foi um pouco caminhar na “memory lane”. O hotel é enorme, o que paradoxalmente reforça a ideia de sossego e de pouca gente. Julgo que foi construido nos anos 50, mas está remodelado (e consta que vai entrar em obras profundas). A propriedade tem mais de 150 hectares e como tantas outras coisas, pertence ao BES (com termas, empresa das águas do Vimeiro e tudo o mais). Numa caminhada que fizemos até às termas entre muita passarada, avistamos coelhos e perdizes — deve ser inédito neste país desses grandes amigos dos animais que são os caçadores.
Neste fim de época (embora ainda conte como época alta) o que vai dando algum movimento são as reuniões de empresas. O ano passado apanhamos a Price Waterhouse Coopers com uns 150 holandeses ou mais e este ano a Saninter (que acabou a estadia com uma estranha mascarada) e Novabase. Quando saímos já lá estavam os “scouts” da Price a preparar tudo para mais uma reunião. Dão movimento mas não atrapalham, como passam o dia a tratar lá dos negócios deles, raramente os vemos na piscina ou na praia.
Os miúdos adoram e felizmente o hotel tem pouca gente, mas não tão pouca que eles não possam fazer alguns amigos. São amizades fugazes, mas eu ainda hoje recordo algumas “amizades de 15 dias” no Algarve, com alguma nostalgia. Faz tudo parte do crescimento.
O ano passado, embora custe a crer a muita gente, parei o carro à porta e só o voltei a mover no dia da saída. Nunca colocamos um pé fora do hotel a não ser na praia de Porto Novo, que de resto tem acesso directo através de longa escadaria.
Desta vez, resolvemos ir às Berlengas (que se avistam do hotel em dias límpidos, uma raridade apesar do calor). Primeiro fomos a Peniche indagar. O barco partia às 10h00 e regressava às 16h30, perfeito.
Em Peniche demos uma volta. Fui muito bem atendido no Turismo, mas o resto não nos entusiasmou. Mesmo o Cabo Carvoeiro, que daria pano para mangas, tem um aspecto sujo, bermas em terra batida, feio, miradouros mal amanhados… Um restaurante mesmo na ponta, coberto de tapumes e em obras. Os portugueses são empreiteiros compulsivos (espero não ter lido isto em lado nenhum), quer seja em época baixa ou em época alta. E eu, cada vez mais divorciado da nação, gosto menos do que vejo de dia para dia.
Algo que consideramos deveras bizarro foi sermos abordados — em certos locais de 10 em 10 metros –, por senhoras de idade a perguntarem, por vezes em quase inglês, se queríamos quarto. Papelzinho na mão “quartos, rooms, chambres, zimmer”… símbolo que aparentava ser da câmara… eu não percebo este turismo. Aliás, mal tínhamos entrado no centro, ainda de carro, já as senhoras nos acenavam freneticamente com os papelejos. Um verdadeiro assédio.
A ida às Berlengas é uma outra história.
Uma resposta para“Fim de férias”
Adoro o vimeiro é um sítio espectacular….
E o hotel golf mar é um máximo vou lá sempre na páscoa, vou desde pequenina
Realmente o Hotel é especial. Encontra-se agora integrado numa nova marca Ô Hotels and Resorts