De volta à jardinagem

Tudo é mais lindo quando o tempo é controlável. Ultimamente, não tem sido o caso por aqui. O Jardinagem.org teima em não sair (e vou ter que tomar uma atitude drástica em breve), este blogue continua para o parado e, pior de tudo, nem os meus 15 minutos de jardinagem cumpro. E não cumpro há muito tempo.

As minhas idas ao Sargaçal têm sido poucas, embora vá regularmente ao jantar das Quintas. O tempo neste caso também é importante, mas na verdade, não tendo objectivos muito claros, hoje em dia prefiro ficar em casa em vez de pegar no carro para fazer quilómetros. Os custos de lá ir regularmente também não são de descurar. Apesar disso, tenho um projecto de arquitectura a avançar e o Cláudio lá me vai dando um jeito. Esta semana descobri que não foi incluído na escritura um artigo urbano, parte integrante da propriedade. Resta saber se o antigo proprietário se esqueceu, ou se pelo contrário, se “esqueceu”.
Mas hoje, aproveitando o dia demasiado bom para a época, tratei de arrancar ervas no quintal, cortei lenha com a moto-serra e ainda um diospireiro que o meu pai já tinha mandado deitar abaixo (nunca hei-de entender esta história de plantar para cortar passada uma década), transplantei dois azevinhos que nasceram espontâneos, plantei um Cedro-de-Itália no jardim dos meus pais, podei ligeiramente algumas alfazemas e não tive tempo de tratar do nosso jardim de casa…
Estas actividades são relaxantes, mas também permitem recordar-me o tempo que passo sentado, com exercício físico nulo. Estou um verdadeiro velho destroço.
Na próxima Quinta Feira, estou combinado ir até ao Sargaçal com o senhor Henrique que é suposto levar 10 Laranjeiras e quatro Ameixoeiras. Também quero transplantar dois Limoeiros, quatro ou seis Tangerineiras, replantar dois Cedros-de-Itália que retirei o ano passado e ainda oito Camélias. É o irrealismo total, mas pode ser que corra bem!

Uma resposta para“De volta à jardinagem”

  1. mário venda nova

    Estou um bocado como tu: com uma terrivel falta de tempo para conseguir fazer todas as tarefas que tenho em agenda. Acho que me perco no meio de tanta coisa e necessito de me organizar urgentemente, reparei este fim de semana que já não vou fotografar há mais de 3 meses e sinto falta de o fazer. Depois questionei-me porque não o tenho feito apesar de ter estado bom tempo e cheguei à conclusão que no meio de tanta coisa, deixei sempre alguma coisa para fazer no próximo fim de semana. Erro crasso porque no fim de semana a seguir há outra coisa a meter-se pelo meio ou a preguiça que se instala. Resumindo: preciso de sair para fotografar, preciso de explorar novos locais para o fazer, quero ir ao jardim botânico, ao p. b. Gaia, calibrar a impressora, ler quatro ou cinco livros, ver umas dezenas de dvd’s que se amontoam lá por casa e ouvir música – tudo coisas que já não faço há muito tempo.

    Sabes que mais: sinto falta do tempo em que havia tempo para tudo. Nos dias que correm, mesmo com a mais avançada tecnologia, o tempo é um luxo.

  2. José Rui Fernandes

    Por acaso isso do tempo e da tecnologia é um paradoxo em que já tenho pensado. Faz-me lembrar o famoso “escritório sem papel” com um computador em cada secretária. O resultado é que nunca se gastou tanto papel como hoje se gasta nos escritórios, banco, repartições…

    A minha conclusão é que não temos tempo, mas as tarefas que aparecem realizadas também são muito mais. E os conhecimentos que acumulamos também. Aliás, só posso imaginar o que fariam hoje um Einstein, Newton ou DaVinci… O meu problema surge da consciência do que não está feito e dos objectivos que ainda quero perseguir.

    Temos alguns comuns — ler (leio todos os dias, mas não chega), ir ao botânico do Porto e ao Parque Biológico de Gaia.

    Ouvir música é das poucas coisas que consigo acumular com outras tarefas. Hoje, acho um luxo mesmo grande parar tudo para ouvir música em frente da aparelhagem, centrado com as colunas (e mesmo assim era capaz de estar a ler uma revista…).

    Enfim, o meu objectivo é trabalhar para me ir libertando. Nesse sentido, nos últimos anos andei para trás, mas como o país não tem andado propriamente para a frente, até estou muito bem. Tenho grande actividade para o próximo par de anos, mas o essencial é ter a disciplina suficiente para tirar um tempo para actividades puramente lúdicas, físicas, família… Até porque é um investimento. Por te estar a faltar isso é que te dá a preguiça, que na verdade a maior parte das vezes é cansaço e falta de disposição geral.

    Mas também sofres um bocado de algo que já sofri que é uma espécie de estar à espera dos astros todos alinhados para a fotografia perfeita (e outras coisas) — equipamento tem de ser o melhor, local o melhor, dia o melhor, luz a melhor, etc, etc. Ultrapassei isso. Se me apetecer, fotografo no quintal em automatico e acabou — já sei que não vão sair fotografias do Gerês, e tão pouco de Yosemite, mas paciência. Pelo menos não andei por aí a poluir.

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