O “entertainer”
O Dr. Júdice é um “entertainer” completo. Estava aqui a passar o tempo, à espera que a chuva chova para ir dar uma volta com os cães, enquanto escrevia uns pequenos textos no blogue. Lá longe a televisão debita umas opiniões. As de António Barreto interessam-me. As de José Miguel Júdice decididamente não me interessam.
Hoje fiquei a saber que o Dr. Júdice acredita sempre na imensa bondade da espécie humana (só para contextualizar, a propósito do responsável da ASAE que começou por negar a existênca de determinado documento).
Já parou de chover, o Dr. Júdice continua a falar e de facto prefiro o ar fresco da noite e a companhia dos meus cães. Nunca acabo de ver este programa, apesar de António Barreto.
Uma resposta para“O “entertainer””
O Dr. Miguel Júdice é um verdadeiro enterteiner, com um sentido apurado para o que é bom, a fundação do seu gabinete de advogados tem um bom espólio de arte, nomeadamente de fotografia mas discordo de algumas das suas afirmações.
Mas mais do que discordar das suas afirmações discordo do aluguer que a CM de Lisboa que lhe cobra – uns meros 500€ – pelo espaço que ocupa o seu restaurante ‘Eleven’. O argumento de que o espaço é uma mais valia para a cidade para mim é curto.
Não duvido no entanto que é um pessoa inteligente, que defende os interesses da cidade onde vive mas duvido que defenda da mesma formas as pessoas que lá vivem. É a realidade dos grandes escritórios de advocacia que defendem grandes interesses.
Tenho que lhe dar o mérito de ser um orador brilhante, acérrimo defensor da suas ideias para Lisboa e no plano político e de ter uma certa visão clara sobre os factos. Só tenho pena que algumas vezes as suas opiniões estejam inquinadas pelos seus interesses.
Bem, teria de saber o que é que faz de um orador, um orador brilhante. Acho que além da forma, o conteúdo tem de ter mais substância. Além disso e principalmente, soa-me tudo a falso (tu dizes inquinado pelos interesses, seja).
E depois estas pessoas que vivem na fresca ribeira e perfeitamente adaptadas ao meio, porque fizeram, fazem e são o meio, observam tudo de uma forma que considero leviana. Quando cheguei ainda pude assistir ao Dr. Júdice a dizer uma graçola sobre jacarandás e sobre uma das vantagens do aquecimento global (supostamente podermos ter jacarandás no Norte). Decididamente, não lhe acho piada.
“Bem, teria de saber o que é que faz de um orador, um orador brilhante.”
Para mim ele é um orador brilhante porque transmite muito bem a sua mensagem, de forma clara e convicta. Convém dizer que o conteúdo vem depois, para já reconheço-lhe grandes dotes de oratória. Quando analizas o conteúdo percebes que de facto ele vive num mundo muito à parte do resto da população e que portanto se permite alguns dislates e muita defesa dos seus interesses. O que me assusta mais nele é a maneira como consegue manobrar uma vasta rede de interesses sem levar polémica nem atraiar focos de atenção, repara que a questão do aluguer do restaurante foi rapidamente esquecida pela comunicação social e isso é de facto extraordinário.
“Decididamente, não lhe acho piada.”
Somos dois, aliás nem piada nem acho as suas ánalises interessantes. Agora é um homem inteligente que sabe como poucos usar as influências que construiu ao longos de vários anos e não é à toa que o seu escritório é um dos melhores do país. A questão nem sequer é coisa exclusivamente nacional, estes grandes aglomerados de advogados-estrelas servem muitas vezes de elemento congregador de influências várias ao mais alto nível, de topo mesmo. Os grandes negócios fazem-se nestes escritórios portanto não me espanta que ele defenda os interesses dos seus clientes, por isso afirmei que as suas opiniões são inquinadas, é difícil separar o analista/orador do homem de negócios…
Que pena. A política no Sargaçal está a matar o jardim. Nada porreiro, pá.
Talvez uma opinião sobre o Dr. Júdice não chegue a ser política.
Na última meia-dúzia de textos acho que tenho uns 26 assuntos. Vou-me esforçar por lhe agradar mais no futuro.