O registo ambiental da Apple

A Apple, fabricante de computadores Macintosh, iPod, iPhone… tem realizado um esforço para melhorar o seu registo ambiental. Não será coincidência, a Greenpeace, com a sua estratégia de “atacar” os mais visíveis, ter focado a Apple mais de uma vez desde o seu ressurgimento com o iMac e mais recentemente o iPod. Utilizando produtos Apple há muitos anos e seguindo a empresa há mais tempo ainda, sei que facilmente será líder da indústria em termos ambientais, eventualmente até já o é.
O resultado mais visível desta mais recente obsessão, é a embalagem exterior. Eu nunca deitei fora nenhum computador Macintosh (talvez tenha 20 ou mais1) e mantenho também algumas caixas. Posso dizer que as de hoje são de 1/5 a 1/10 das de há 16 anos (multipliquem isso por porões de carga dos aviões por exemplo), mas certos produtos fabricam-se cinco a dez vezes mais devido ao sucesso recente da empresa. Ambientalmente e para utilizar terminologia económica muito em voga hoje em dia, parece-me um negócio de neutral a negativo. Mas não é só.

Ao ler o relatório da Apple assinado pelo próprio Steve Jobs, apercebo-me da quantidade de produtos prejudiciais ao ambiente, à saúde, numa palavra, tóxicos, que existem no material informático. Mercúrio, PVC, arsénico, bromo, cloro… Sabemos da existência destes perigosos produtos no dia que as empresas anunciam com trompetas que os eliminaram. E é assim em todas as áreas de actividade. Saem estes, entram outros, disso não há qualquer dúvida. Até me lembrei da talidomida, amianto, CFC… E até me lembrei dos resultados dos transgénicos daqui a uns anos… Não se aprende.
Mais promissor parece o programa de reciclagem, que em Portugal está a cargo da ERP e Ponto Verde (embalagem). Claro que tipicamente quis saber qual o ponto ERP mais próximo e o site dá “not found”. Esperemos que seja temporário.
O registo ambiental da Apple serve fundamentalmente para lembrar que não há nada que façamos na nossa vida que não tenha impacto no ambiente.

1Primeiro recebi um ultimato dos meus pais e tive de os remover da casa deles, onde diga-se em abono da verdade não estavam a estorvar ninguém, principalmente a mim. Agora, parece que estou a receber pressões conjugais para me livrar de alguns… Pelo menos os que estão avariados. Tenho o assunto debaixo de olho.

Uma resposta para“O registo ambiental da Apple”

  1. Luciano

    20! Eu, que tenho 5 e meio (já foi canibalizado) achava que tinha muitos! :)
    A constatação de que tudo o que fazemos tem impacto no ambiente parece-me correcta e concordo inteiramente com ela. Não quer dizer é que tenha de ser tudo mau, isto é, certamente podemos desencadear acções benéficas e de suporte ao ambiente. Pena é que, quase sempre, sejam em contracorrente económica.

  2. José Rui Fernandes

    Cinco tenho eu a uso: iMac G4 20″, iMac G5 20″, iMac Intel 24″, Macbook (da Susana) e PowerBook Titanium (este com oito anos e a servidor de impressora).
    Em média os Macs duram oito anos por cá. Parece-me muito aceitável e acima da média. Nota que digo “tenho” mas é tudo da empresa, incluindo o lixómetro.
    É contra a corrente económica porque se convencionou não contabilizar os custos ambientais. Se tiveres um pocilga e poluires o ribeiro, depois alguém haverá de o despoluir, mas os lucros são teus. É injusto e o poluidor pagador é uma miragem.

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