Aprendendo com Fernando Pessoa

A artificialidade é a maneira de gozar a naturalidade. O que gozei destes campos vastos, gozei-o porque aqui não vivo. Não sente a liberdade quem nunca viveu constrangido.
A civilização é uma educação em natureza. O artificial é o caminho para uma apreciação do natural.
O que é preciso, por isso, é que nunca tomemos o artificial por natural.
É na harmonia entre o natural e o artificial que consiste a naturalidade da alma humana superior.
A beleza de um corpo nu, só o sentem as raças vestidas. O pudor vale sobretudo para a sensualidade como o obstáculo para a energia.

Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego

Deixe um comentário

Mantenha-se no tópico, seja simpático e escreva em português correcto. É permitido algum HTML básico. O seu e-mail não será publicado.

Subscreva este feed de comentários via RSS

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.