Around the World in 80 Gardens

Around the World in 80 Gardens
Nos primórdios da televisão a cores em Portugal, a BBC (e na verdade outras produtoras britânicas) destacava-se pela qualidade dos seus programas, capazes de reunir toda a família em volta do pequeno ecrã. Eu fico colado. Por exemplo, nunca me interessei muito por antiguidades, mas quando dava o “Antiques Roadshow” no People & Arts, tinha de ver. Porque têm uma forma de apresentar as coisas que é cativante e informativa. Objectos aparentemente desinteressantes ganhavam vida em frente dos nossos olhos. Bom, mas isso era dantes. Nesse canal foram-se as “arts” e ficou o “people”.

“Around the World in 80 Gardens” apresentado por Monty Don é mais um programa que demonstra o que a televisão poderia ser, mas não é. Se bem que reconheço a dificuldade em programar para uma cultura onde os dez programas mais vistos do ano são igual número de desafios de futebol (ou será facilidade?).
Felizmente, os DVDs são minimamente acessíveis (estão com 60% na Amazon UK) e em dez extraordinários episódios, viajamos pelo Mundo com Monty Don em busca de jardins com história e a cultura local. Esse foi um pouco o critério utilizado.
O interesse não é homogéneo, moldado pela nossa própria expectativa… por exemplo, os jardins flutuantes da Amazónia podem ser do ponto de vista etnográfico extremamente interessantes, mas entre isso e Villa D’Este ou Vila Lante em Itália, preferia mais dos últimos. O modo como a população de Cuba tem lidado com uma situação difícil, pode ser muito interessante do ponto de vista da sobrevivência, mas na minha opinião um jardim é mais que agricultura de subsistência e se bem que documentários inteiros poderiam ser realizados sobre o assunto, sinto que nesta série está deslocado. E não, Portugal não consta deste mapa da jardinagem mundial.
Tudo somado, são quase dez horas onde sem margem para dúvida sabemos mais depois do que sabíamos antes. É mais uma série que quero rever muito em breve.

Around the World in 80 Gardens na Amazon.co.uk.

Uma resposta para“Around the World in 80 Gardens”

  1. Greenman

    Um dos meus canais de referância é o BBC Entertainment, da cabo. Lá está ainda o Antique’s Road Show. Deu agora um interessante documentario sobre a Costa Inglesa, fantasticamente bem feito. E esta a dar a segunda série do A YEAR AT KEW, sobre os Kew Gardens.
    Por acaso tenho a caixa com as 3 séries de A YEAR AT KEW e adoro.

    Ainda não vi esse DVD que menciona, mas está na minha lista de compras.

    Não me diga que ainda estava à espera de Portugal estar no roteiro dos jardins mundiais. Com o quê?
    Quando vejo algum estrangeiro a comprar bilhetes para entrar num jardim botãnico em Portugal sinto vergonha e só me apetece dizer-lhes para irem ver outra coisa…

  2. José Rui Fernandes

    Não temos… Tínhamos TVTel para fugir à TV Cabo. Agora a TV Cabo com novo nome comprou a TV Tel e nós vamos para a Vodafone. Não há esse. O lixo que há em demasia, falta depois em canais interessantes.
    A Year at Kew tenho o livro.
    Não estava à espera… Portugal para a jardinagem está pouco melhor que morto. Só fui avisando os incautos :) .
    Agora estou a ver um sobre jardins vitorianos. Uma maravilha.

  3. Rosa

    Portugal não consta, mas podia perfeitamente constar, existem alguns jardins em Portugal com características únicas na Europa, muito por causa do nosso clima e das nossas relações com a África e o Brasil. Mal estimados, é um facto.

  4. José Rui Fernandes

    Mal estimados, é um facto.

    Ora aí está. Eu que tenha visto, não conheço nenhum que pudesse constar. Tenho o livro “The Gardens of Portugal” de Helena Attlee e de facto há uma série de jardins notáveis, mas ao nível, não me parece. Excepção das curiosidades etnográficas — que não sei se teríamos cá, mas também como disse, também foi a parte que gostei menos.

  5. Rosa

    Há um livro: “Tratado de grandeza dos jardins em Portugal, ou, da originalidade e desaires desta arte” de Helder carita, bastante focado no que é único nos nossos jardins. É muito interessante. Tem muito boas fotografias e um prefácio delicioso do Miguel Esteves Cardoso.

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