A Horta
Comprei este livro e só reparei na forma da escrita quando o folheei ao chegar a casa. Sim, confesso, comprei pelo título, a capa e o ano (1955). É da “Colecção Educativa” de uma editora Campanha Nacional de Educação de Adultos (CNEA na lombada). O — talvez —, bizarro, é que está escrito como um romance de cordel. É provavelmente o livro hortícola mais estranho da prateleira:
—Como é que se semeiam as batatas?—quis saber o Antonito.
—As batatas não se semeiam, plantam-se…
—Então para que é que se chamam batatas de semente?…—interrompeu o Bexigas.
É assim, um diálogo contínuo entre o Tio Manuel, o Antonito e o Bexigas (coitado, o politicamente correcto ainda não se usava).
No início uma citação de Salazar que muitos poderão comparar com declarações relativamente recentes de Ricardo Salgado do BES, a defender Portugal como “país de serviços”. Mudam-se os tempos:
Nós temos feito um esforço, por vezes heróico, para não deixar inculto um palmo de terra e para aumentar a produção total. Pretende-se que não se afrouxe nesta luta e se force a terra ao máximo das suas possibilidades.
Uma resposta para“A Horta”
É uma maneira de escrever que, mesmo nessa altura, não era novidade. Os vários ‘romances’ de João da Motta Prego sobre temas tão variados como a HORTA, o POMAR, PISCICULTURA, APICULTURA, AVICULTURA, etc fizeram muito sucesso na sua época. Tenho-os e já os li todos. Apesar de serem histórias muito inocentes e tendo o publico jovem como alvo, são um bom registo histórico do país no início do século passado.
Este não tem o nome do autor.