Eucaliptos ambientais

Volta e meia vou ao blogue Ambio e sendo de temática ambiental, faz-me mais pasmar do que pensar… Um texto recente de Hank Feith defende a plantação de eucaliptos por cá.
Parece que o arrogante “know it all” Miguel Sousa Tavares (até aí estamos de acordo) disse que “Portugal correria sérios riscos de ter mais eucaliptos que os países nórdicos”, daí até o Hank Feith concluir que “também nos países nórdicos, a utilização de espécies exóticas é prática corrente”, foi um instantinho.

Puxando primeiro pelos galões que não tenho, não sou especialista, aliás arrisco dizer que não percebo nada do assunto, mas a questão é ser exótica ou ser uma árvore incompatível com a nossa fauna e flora? Dominante dessa flora, designadamente em condições cada vez mais frequentes de fogo? Com comportamentos invasores? Conhecida por deixar os solos pobre e depletos? Conhecida pelo seu voraz consumo de água que vai buscar a grandes distâncias?
A única espécie das que são dadas como exemplo de “no estrangeiro é que é bom” que poderá competir com o eucalipto em termos de nocividade será a Robínia (Robinia pseudoacacia), de resto não me parece… não se está a discutir enxamear o país de Picea alba e Picea sitchensis, Abies grandis, Pinus nigra e Quercus rubra… mas sim de eucaliptos. Falamos de áreas controladas, estudadas, regulamentadas e bem geridas? Estou de acordo. Mas já conheço demasiado bem o meu país e a minha paisagem para me acreditar na bondade de quem quer que seja no que ao ambiente diga respeito, principalmente se for do governo e do Estado.
É de louvar que exista uma declaração de interesses, que o Hank Feith revele que trabalha para a indústria de celulose e saliente que as opiniões expressas são a título pessoal… mas qual é a diferença? Praticamente merece que eu cite o Mark Twain.

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