Carvalhal Montis

Estou bastante satisfeito (muito mesmo) porque recebi um mail a informar-me que a campanha de “crowdfunding” (que divulguei anteriormente) para adquirir terrenos para conservação foi bem sucedida. Acho até que vou reforçar modestamente a minha já de si modesta contribuição, porque o modelo é interessante e há um excelente exemplo de sucesso na Associação Transumância e Natureza. Mas…

…não é a primeira vez que apoio campanhas de “crowdfunding”, mas até agora (que me lembre) apenas tinha utilizado o Kickstarter. Apoio um projecto que julgo meritório com uma determinada quantia (habitualmente a troco de algo) e se o montante pretendido pelo promotor foi atingido ou superado, essa quantia anteriormente acordada é-me debitada. Se o objectivo não for atingido, não acontece nada. E está correcto.

Neste caso, apoiei a Associação Montis através da plataforma PPL e reparei logo numa diferença fundamental: O dinheiro é pago imediatamente, mesmo estando a campanha no início e o objectivo longe. Dizem que se o objectivo não for atingido o dinheiro é devolvido e logo aqui nem estou a imaginar o pesadelo burocrático e executivo para tal. Mas, alguns métodos de pagamento têm custos, eu utilizei o Paypal e para enviar 20,00€ custou-me 1,10€ (ou algo parecido). Se a campanha não tiver sucesso, o único a ganhar foi um banco longínquo e fico sem o dinheiro — imagino —, uns dois meses. Não me parece que isto funcione ou seja aceitável e via PPL não apoio mais nada. É uma plataforma que acaba por se revelar muito rudimentar no aspecto dos pagamentos.
Como o problema existe realmente quando as campanhas falham, neste caso o problema não se coloca e de facto estou bastante satisfeito. Ainda podem participar com uma contribuição para reforçar a verba existente, que como se percebe é sempre pouca.

Uma resposta para“Carvalhal Montis”

  1. Maria Manuela Carvalho

    Olá! Eu também tenho andado a divulgar esta campanha, e a própria associação, através do facebook, até partilhei com a sua mamã… Estive no Parque Biológico no passado dia 7, mas infelizmente foi pouca gente, talvez por ser fim de semana prolongado e ninguém se lembrou disso… Tive pena, até porque os presentes já conheciam e apoiavam o projecto e o interessante seria dar a conhecer a muitos outros…
    Um abraço
    Manuela

  2. José Rui

    Olá Manuela, eu nem soube disso… mas também este mês ando com pouco tempo e disposição para sair, só vejo trânsito e gente em todo o lado. Eu no Facebook nem amigo da minha mãe sou… :) Mas apoiei o projecto, em duas vezes. Acho que vale a pena.

  3. Yoann Nesme

    Olá José Rui,

    Obrigado pelo post. Venho por este meio oferecer alguns esclarecimentos que acho necessários para uma melhor compreensão do funcionamento do PPL.

    Queria começar por dizer que tem razão nalguns pontos que refere. Não é de todo ideal fazer com que os apoiantes tenham que efetivamente pagar antes do final do prazo da campanha. No entanto, após mais de três anos de experiência, sabemos que os meios de pagamento que os portugueses mais utilizam e conhecem são as transferências bancárias e as referências multibanco. Poderíamos utilizar a Amazon Payments como a Kickstarter, mas este meio de pagamento é desconhecido pela grande maioria dos nossos utilizadores, e uma grande percentagem não tem cartão de crédito ou não o quer utilizar online, pelo que torna difícil permitir este sistema de caução e afastaria a maior parte do nosso público.

    Também gostaríamos de não cobrar as comissões dos meios de pagamento, no entanto não temos a estrutura para abosrver os custos e ficaria excessivo para os promotores cobrirem os mesmos. Estamos constantemente à procura de soluções eficientes e mais baratas por forma a que, um dia, os apoiantes não paguem qualquer comissão.

    Por outro lado, o processo de devolução, caso o projeto não consiga angariar as verbas pretendidas, é simples e eficiente. Basta o apoiante indicar o NIB ou conta de PayPal no formulário de devolução. É desencadeado um processo automático e o montante deverá ficar disponível em dois dias úteis, dependendo dos bancos.

    Um abraço.

  4. José Rui

    Obrigado por ter passado cá e pelo esclarecimento. Eu nunca acharei bem cobrar antes uma campanha com grandes hipóteses de não ser bem sucedida. Mas entendo que se a vontade de contribuir não for estritamente vinculativa, no fim muita gente acabe por não pagar. Admito se calhar estar a ver um problema onde ele não existe e a maior parte das pessoas não se importar ou achar bem, mas eu não sou a maior parte das pessoas.
    Se podiam utilizar a Amazon da forma que a Kickstarter, então deviam para quem quisesse, não vejo grande diferença “ideológica” para o PayPal (no fim é um cartão de crédito), com a vantagem do pagamento ser diferido.
    De qualquer modo, se o processo de devolução é mais ou menos expedito, menos mal.
    No caso concreto, parabéns por terem participado na campanha Montis e agora que vi os valores finais, no seu estrondoso sucesso. Se funciona e está bem, mais vale não mexer. Posso voltar a apoiar campanhas na sua fase final, onde o desfecho seja mais evidente.

  5. Árvores de Portugal | Quinta do Sargaçal

    […] um segundo a defender árvores nem nada em abstrato neste país. Uma campanha concreta, talvez (como a compra de terrenos da Montis). De resto, se conseguir influenciar alguma coisa num raio de poucos metros à minha volta, ao que […]

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