Julgava eu
Mal regresso a Lisboa vejo-os logo, a eles ou a outros, nos cafés do costume e no escárnio habitual. Gente com quem me dava, a quem nunca quis mal, amigos uns dos outros, alguns até meus amigos, julgava eu. Hoje lembram-me as personagens daquele conto machadiano que termina assim: «Depois do que acabamos de contar, Vasconcelos e Gomes encontram-se às vezes na rua ou no Alcazar; conversam, fumam, dão o braço um ao outro, exactamente como dois amigos, que nunca foram, ou como dois velhacos que são».
— Pedro Mexia (Malparado)
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