“Aqui há imensos insectos”
Os meus filhos queixam-se que o novo jardim está cheio de insectos. “Eu quero vir para aqui com os meus amigos” diz o Pedro — “e aqui há imensos insectos”. Já a Luísa desata a correr a cada abelha que vê, ou algo remotamente parecido. “Não quero regar as framboesas, estão cheias de abelhas” (por acaso é verdade) ou “o meu regador atrai abelhas” (o que também já me pareceu ser verdade quando o utilizo). É bom sinal1, tento explicar… que há vida no jardim, que não há químicos e que as nossas culturas são bastante saudáveis. Acho que ficaram pouco convencidos.
Hoje ao acabarmos de regar, vimos uma aranha enorme a fazer uma teia enorme, mais de um metro de diâmetro seguramente, entre uma esterlícia e os barrotes que ainda sustentam a cobertura. O Pedro observou logo que uma teia daquele tamanho vai apanhar “imensos” insectos.
- Há uma diferença relativamente ao local onde habitamos actualmente: Muito menos pássaros, ou pelo menos tenho essa ideia. A proliferação de gatos deve ajudar a explicar o fenómeno. [↩]
Uma resposta para““Aqui há imensos insectos””
Cristina Peixoto liked this on Facebook.
Nem mais :) os insectos vieram atrás das flores, depois chegam os predadores de insectos e com eles os pássaros que são ” o que temos de mais próximo dos anjos como disse o Eugénio de Andrade aqui:.
“Aqui arrancam-se as árvores como se fossem ervas daninhas. Em frente da minha casa havia uma de ramagens vigorosas que me entravam pela varanda. Os pássaros, o que temos de mais próximo dos anjos, estavam ali de manhã cedo a lembrar-me que, na minha poesia, os melhores versos lhes pertenciam. Arrancaram-na, e arrancaram outra ao lado, e outras mais adiante. A Câmara mandou arranjar os espaços para se arrumarem mais carros. (…) A estética camarária tem destas preferências. Sr. Presidente!: sou um cidadão que paga pontualmente os seus impostos, tenho direito a uma árvore em frente da minha porta em vez de um monte de lixo. Reclamo da Câmara, para me reconciliar com a cidade, uma árvore. E não quero uma árvore qualquer: exijo um jacarandá! Para que a sua flor me anuncie perpectuamente o Verão.”
Maria Manuel Lopes Marinho liked this on Facebook.
Pobre Eugénio de Andrade… e pobre eu. E pobre tu. Cada vez me dá mais a impressão que se queremos árvores, temos de as plantar no nosso próprio terreno e nem aí são garantidas.
Eu já tinha visto isto no teu blogue se me lembro… acho que vou ter que republicar aqui no meu :) .
Rui Marques liked this on Facebook.