Duplicar outra vez

Segundo os números oficiais, hoje temos sensivelmente 0,1% da população infectada com o vírus SARS-CoV-2, o país fechado e a economia liquidada. Destes, a esmagadora maioria não adoece e dos que adoecem, a maioria não necessita de tratamento específico. Se o número de positivos atingir 200.000 lá para o fim de Julho, ou seja cerca de 2% da população, a esmagadora maioria iria desenvolver imunidade duradoura, a questão por maioria de razão é, o que fazer aos outros 98% da população.

Se não chegar a existir uma vacina ou medicamento que trate directamente a Covid-19, teríamos habitantes e “risco de contágio” para 15 anos. Ou seja, aparentemente nada justifica acabar com o estado de emergência antes de existirem essas curas. Por outras palavras, se quem decidiu por este estado de coisas for coerente, irá manter o país neste estado já quase comatoso por mais um ano ou ano e meio. A menos que sejam crentes na teoria que o SARS-CoV-2 irá desaparecer mais subtilmente do que apareceu, com o calor por exemplo, ou por sorte. E desejo de facto muito boa sorte.

A única esperança que vislumbro de esta miséria não se tornar em algo irreversível e com consequências absolutamente desastrosas para uma geração ou mais, é a natureza ser realmente muito sóbria e a quantidade de infectados ser exponencialmente maior, da ordem dos milhões que naturalmente se estão a tornar, ou tornaram já imunes ao vírus. A alternativa é a pobreza absoluta ou pedir dinheiro, como o Sheldon… e não chegará a nada. Será preciso duplicar isso. E depois, duplicar outra vez. E por fim, boas notícias, duplicar outra vez. E em vez de milhões, será mais adequado pensar em muitos milhares de milhões.

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