O orgulho e o ornamento

[As árvore] (…) são o orgulho e o ornamento desta urbanização relativamente nova1; foram, na medida do possível, objecto de tratamento e de conservação cuidados; sempre que, na medição e delimitação dos terrenos, surgiu uma situação de conflito com alguma, isto é, sempre que um desses velhos troncos prateados e musgosos se encontrava sobre a linha divisória, a vedação descreve uma pequena curva em volta e engloba-o no jardim, a menos que, cortesmente, se tenha deixado no muro de cimento um intervalo2 onde a velha árvore emerge, semiprivada e semipública, os ramos nus carregados de neve ou engalanados de uma folhagem miúda tardia.

—Thomas Mann (Um Homem e o Seu Cão)

  1. Em Bad Tölz na Baviera, onde Thomas Mann possuía uma casa onde viveu no início do século XX []
  2. Lembrei-me deste texto. []

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