Topografia (2) +


Ontem, andei demasiado ocupado e não tirei fotografias, mas fica mais uma do Ribeiro do Enxidrô. Tenho que confessar, que não estive nos meus melhores dias. O ponto alto foi a demorada observação de um esquilo em grande actividade de recolha de alimento para o Inverno. A partir daí, foi sempre a descer.

Quando chegamos, a entrada parecia um campo de batalha. Tinha dito ao Cláudio para limpar as “bordas” de ramos que arranhassem os carros, mas aquilo estava um bocado extremo. Também já lhe tinha dito que não queria mais árvores abatidas, mesmo inviáveis, por uma questão prática. Enquanto continuassem ao alto continuavam a crescer e arrumadas. Óculos de protecção no meio do chão, roçadeira Stihl para lá de qualquer maneira, luvas, sacho… Alto, mensagem no telemóvel, “só posso ir de tarde”. !? Quer dizer que ficou ali tudo ao relento? Inadmissível. Infelizmente, o Cláudio não pode andar sozinho. É demasiada irresponsabilidade. Mas, a quantidade de vezes que eu lá vou não chegam para nada. Parece que o futuro não se apresenta promissor, porque a verdade é que não há grandes alternativas. Nestas alturas já só penso em tratar de me livrar disto.
Andei com o Sr. Francisco a marcar pontos, com a mira para trás e para a frente. Que trabalho moroso. Não sei se tenho paciência para mais dois dias disto (que é o cálculo optimista para terminar).
De tarde apareceu o meu pai com o serralheiro Sr. Nuno. Cheio de pressa. O Sr. Nuno, com jeitinho ia-se embora sem tirar as medidas para o portão que mandei fazer! E eu sem paciência nenhuma. Às vezes não percebo o meu pai, ou será a maior parte das vezes?
Tal como calculado, há manobra na água da nascente da Fonte de Carro. A água nos nossos tanques é praticamente inexistente e o Cláudio já me tinha falado de um estranho depósito no lameiro onde tínhamos andado em Julho. Às 19h30 fui lá com o Sr. Francisco, o Sr. Américo e o filho. O depósito é uma caixa feita em pedra e blocos, totalmente selada com cimento. A metade da água do Sr. Cristóvão é, digamos, dez vezes maior que a nossa e perde-se para lá abundantemente. O Sr. Américo, revoltado, sugeriu imediatamente partir aquilo tudo com uma marreta. Além da desonestidade latente, há uma perversidade patológica, pois a água que nos é subtraida não está a servir a nada nem a ninguém. Objectivos? Desconhecidos. Lá vou eu ter que telefonar ao senhor, desta vez para resolver de vez esta questão, de uma maneira ou de outra. Efectivamente, não foi para isto que compramos o Sargaçal e temos pensado cada vez mais frequentemente em dar por concluida mais esta fase da nossa vida.
Mas, depois lembro-me do esquilo e das razões porque decidimos vir para aqui. O Sr. Francisco ficou tão entusiasmado com o esquilo que até telefonou à filha. É um dilema bastante difícil e sou assaltado por contradições a toda a hora.

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