Nem no circo
Estava eu na tapada a puxar um tronco meio apodrecido numa ribanceira, quando, por intermédio dessa actividade, se solta um grande calhau redondo. Rola por ali abaixo, eu com um olho nele, outro no tronco e outro (salvo seja) na ribanceira.
O calhau bate na sachola que eu tinha ali perto, catapulta-a no ar e vem-me bater direitinha no nariz — delicado apêndice. Nem tive tempo de dizer ui, comecei logo a engolir sangue. O que não engoli, veio por fora. Andei para lá a cambalear e agarrei-me a uma árvore para não ir ter com o calhau que entretanto foi ribanceira abaixo. Só parei de sangrar quando fui à levada tirar o ar “gore” com que fiquei. Aquela água gelada fez milagres.
Considero-me super-cuidadoso, mas há acidentes mesmo imprevisíveis. No fim, achamos sempre que tivemos sorte. No meu caso, não me acertou num olho, não parti o nariz e não fui ribanceira abaixo. Fiquei só com um alto no nariz e uma marca na cara (devo ter levado duas cacetadas, mas só senti a primeira…). Hoje estou quase novo, mas não me considero pronto para outra.
Se fosse inglês, chamaria a isto um “freak accident”.
Uma resposta para“Nem no circo”
Espero que melhore rapidamente e que nada fique deformado. Abraço. OL