Boinc
No post “As equações matemáticas nos modelos (1)“, surgiu a questão interessante do processamento distribuido. Essa técnica, que pelo menos em termos de tarefas comuns, já é utilizada no 3D há muitos anos, consiste em enviar pequenos “pacotes” de dados para os computadores de uma rede, que os processam nos tempos livres e devolvem posteriormente ao computador principal. Com o advento da internet, a rede, habitualmente local, tornou-se à escala planetária. Com o projecto SETI@Home a técnica vulgarizou-se. Milhões de pessoas aderiram (temos uma equipa chamada Mundo Fantasma, se por acaso quiserem participar). Há relativamente pouco tempo, a universidade de Berkeley, na Califórnia, decidiu criar uma plataforma de processamento em rede, chama-se Boinc (Berkeley Open Infrastructure for Network Computing).
No Boinc, podemos encontrar projectos de investigação para vários palatos, além do já mencionado SETI (que pretende identificar vida no Universo, através da análise de sinais emitidos em mundos distantes — é divertido para os apreciadores de ficção científica e não só):
Climateprediction.net, estuda as mudanças climáticas.
Einstein@home, procura sinais gravitacionais emitidos por pulsares.
LHC@home, contribui para melhorar o design do acelerador de partículas CERN.
Predictor@home, investiga doenças relacionadas com as proteínas.
Rosetta@home, ajuda os investigadores a encontrar cura para diversas doenças.
Estes são os que estão em destaque, mas existem outros. Além disso, os cientistas interessados podem criar o seu próprio projecto e usar o Boinc. Apenas é necessário um servidor Linux, o resto é processado pelos voluntários que se inscreverem.
O programa Boinc que instalamos no nosso computador, permite-nos participar em vários projectos ao mesmo tempo e definir o tempo de processamento para cada projecto (em percentagem).
Além do SETI que já participava antes do advento do Boinc, inscrevi-me no óbvio Climate Prediction. Infelizmente algo correu mal, porque nunca consegui completar nenhuma unidade. Recebi os dados e passados meses, a única coisa visível a acontecer, era esses dados a expandirem-se no disco duro (chegaram aos 150Mb) e nada mais. Acabei por desistir. No mesmo tempo, o SETI continuava a debitar.
Numa nota pessoal, comparativamente com o antigo programa, o Boinc parece-me bastante mais lento para fazer a mesma coisa (no Mac OS X).
Deixe um comentário