Livros antigos

Na semana passada, fui à Baixa, passei nos alfarrabistas da Rua das Flores (muito apropriado, neste caso) e resolvi entrar. Na livraria Chaminé da Mota e livraria João Soares acabei por adquirir uns livros.

O Manual do Enxertador, 5ª. Edição Revista e Aumentada
Uma publicação do quinzenário agrícola “O Lavrador”, julgo que da década de 60. Foi impresso nas oficinas gráficas de “O Comércio do Porto”.

Manual do Podador, 8ª. Edição Revista e Aumentada
Também uma publicação do quinzenário agrícola “O Lavrador”, de 1963. Igualmente impresso nas oficinas gráficas de “O Comércio do Porto”.

Milho á Terra: Terás Pão e Forragens
Uma edição do Ministério da Economia de 1942. O autor é o Eng. Agrónomo Augusto Ruella.

Milho á Terra
Uma edição do Ministério da Economia de 1944. O autor é o Eng. Agrónomo José Justino de Amorim.

Como Economizar o Sulfato de Cobre
Uma edição do Ministério da Economia de 1942. Este é curiosíssimo, no rosto clama, “Economizai o sulfato de cobre nas caldas cúpricas”. O tempo era de guerra na Europa, as matérias primas não abundavam.

O Lavrador na Grande Alemanha
Editado pelo Serviço Alemão de Informações em 1941. O autor é Hans Dittmer. É de longe o mais surpreendente de todos. Já li. Os títulos dos capítulos são por exemplo:
“O lavrador pode agora aumentar a produção”
“Protecção ao trabalhador rural”
“Uma quinta própria é o último desígnio”
“Assistência e auxílio de lado competente”
“A educação profissional suplementar ulterior cria um aumento de produção”
“Trabalho agrícola é trabalho profissional”
“Acabou-se com o contraste entre a cidade e o campo”
“A aldeia auxilia-se a si própria”
Já estão a ver porque me interessou particularmente. Talvez volte a este assunto. Não sei se deveria ficar tão surpreendido com o conteúdo. Talvez seja senso comum, talvez não. Como resumo, digo apenas que a grande preocupação do Estado era evitar o êxodo dos agricultores para a cidade. O paralelo com o que aconteceu no nosso país nas últimas décadas é inevitável.

La plante: Causeries Ilustrées Sur la Botanique
Editado pela Librairie Delagrave em 1923. O autor é J. H. Fabre. É um livro maravilhoso, com deliciosas gravuras a preto e branco, se bem que pequenas. O francês está destreinado horrivelmente, mas esta é uma boa oportunidade para o exercitar minimamente.

E foi assim. Isto é loucura completa. A frente de livros antigos era algo dispensável nesta altura, mas não conseguir resistir lá muito e acabei por gastar mais 60 euros. Quando cheguei a casa, coloquei os livros cuidadosamente em Pro Bags com Backing Board, que os apreciadores de banda desenhada sabem que se tratam de sacos virgens para guardar e conservar comics e umas placas de cartão (habitualmente de PH neutro).

Uma resposta para“Livros antigos”

  1. Luis Ruella

    Caro Amigo
    Estou deveras impressionado por ter comprado um livro do meu Avô. É verdade! Sei que ele escreveu alguns livros que me passaram pelas mãos durante a infância. Augusto Ruella têve sete filhos todos eles nascidos na “casa do director” que ainda hoje está de pé nos terrenos da Escola Agrícola de Sto. Tirso. Têm ainda 1 única filha viva – a minha Mãe, que completará em breve 83 anos. Hoje passou o Domingo de Páscoa comigo.
    Melhores cumprimentos e, já agora, Feliz Pascoa para si.
    Luís Ruella Salazar

  2. José Rui Fernandes

    É verdade e se calhar outros. Porque depois destes já se seguiram muitas dezenas, tenho de ver. Tenho gostado muito de ler estes livros antigos.
    Muito gosto que tenha passado por cá. E continuação de boa Páscoa.

  3. Manuel Pedro Ruella

    Caro José Fernandes

    Apraz-me registar o seu gosto por livros antigos, sendo de salientar as obras de autoria de Augusto Ruella, meu bisavô paterno. Augusto Ruella foi um extraordinário Engenheiro Agrónomo que muito contribuiu para o desenvolvimento da agricultura portuguesa. Devemos-lhe a criação do “Milho Porto”, o apuramento da raça arouquesa e outros trabalhos de relevo.
    Navegando pela internet encontrei a sua página e a referência às obras do meu bisavô, já raras e dificeis de encontrar.
    Os melhores cumprimentos.

    Manuel Pedro Ruella

  4. carla marinhas

    Bom dia,
    gostaria de adquirir este livro até 10 euros. Está interessado em vendê-lo? Muito obrigada.
    Manual do Podador, 8ª. Edição Revista e Aumentada
    Também uma publicação do quinzenário agrícola “O Lavrador”, de 1963. Igualmente impresso nas oficinas gráficas de “O Comércio do Porto”.

  5. Maria Saraiva

    Gostaria de Ler pelo menos o Manual do Poddor é possível obter um exemplar e onde?
    Grata pela atenção,

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