Eu sabia…

Nestas duas semanas, a Susana, a Luisa e o Pedro estiveram na Praia da Tocha e eu fui ficando por cá para tratar de uma série de assuntos pendentes, incluindo o jardim (que ainda não está).
Há vários dias que tentava ligar para o Cláudio para o lembrar que é necessário regar. Por alguma razão o telemóvel não funcionava, mas o que me começou a preocupar foi o telefone fixo — “sem ligação”. Telefonei para o senhor Henrique idem — “sem ligação”. Isto só podia ter um significado.
Finalmente apanhei o senhor Henrique que deu o recado ao Cláudio. Foi-me dizendo que andou o fogo perto de casa dele. Hoje telefonou-me o Cláudio. Começou um incêndio junto ao cemitério de Vila de Muros e seguiu para a esquerda em direcção a Aguilhão; para a direita em direcção a Vila de Muros; encosta acima, atravessou a estrada, passou por Vila Viçosa e Marcelim, chegando ao restaurante Solar de Montemuro. Não sei mais detalhes, mas se for assim é uma extenção verdadeiramente descomunal.
O bendito cano da água, ardeu outra vez. Estamos sem água, embora com um tanque cheio. O outro, o Cláudio já o gastou a regar. Agora já tarimbado, aceito resignado este destino. E continuo a dizer — enquanto os criminosos e negligentes não apanharem bordoada a sério e quanta for necessária para não esquecerem, havemos de continuar com esta conversa todos os anos, enquanto existir alguma floresta. E a responsabilidade é do desgoverno e da pseudo-justiça que infelizmente implementaram neste país e grassa incontrolável.

Uma resposta para“Eu sabia…”

  1. Mário Ferreira

    E o Gêres lá continua a arder…
    Segundo as estatísticas este ano ardeu menos do que em idêntica época do ano mas verdade seja dita já pouco há para arder. Em Portugal o fogo é um negócio escuro que envolve o aluguer dos meios aéreos, alguns (poucos, é certo) bombeiros com quotas em empresas de venda de material de combate aos incêndios, interesses imobiliários, empresas de madeira, enfim é uma rede em que lucram alguns e perdemos todos nós.
    Compreendo a tua “raiva” e simpatizo com ela, espero que a reparação do cano seja rápida e pouco dispendiosa para que haja água novamnete no Sargaçal.

  2. Lowlander

    Extraordinário… parece que onde quer que seja quente, seco e haja floresta aparecem imediatamente criminosos prontos para o ataque. A mim faz-me lembrar a história do cinto de segurança nos automóveis, alguém aqui a conhece?

  3. jose rui fernandes

    O Gêres é a prova que os hectares não são todos iguais. Na contabilidade de merceeiro do ministro António Costa, vai aparecer na propaganda como um resultado globalmente positivo. Um incêndio esquecido e votado ao abandono durante dias. Se fosse um local onde as altas individualidades têm casas, iam os “meios” logo todos a correr.

    Caro Lowlander, a sua leveza de espírito e ignorância já começa a cansar por estes lados. De facto é extraordinário. Depois de um milhão de hectares ardidos nos últimos três anos, temos este ano a arder o que resta, incluindo a jóia da coroa — e ao que parece o incêndio começou a 4km do parque natural.
    Informe-se. Este ano tem sido particularmente húmido, bastando duas semanas de seca para começar tudo a arder e se baterem recordes de “ignições”.
    Não conheço, nem estou interessado nas suas historietas. Estou particularmente interessado noutro tipo de comentários e acho que já me estou a repetir.

  4. Mário Ferreira

    O incêndio no Gêres começou fora do Parque e é pena ver comentários tão irrelevantes quando arde o nosso património natural mais valioso. Agora a “moda” é culpar os parques pela ineficácia no combate aos incêndios. Foi extraordinário ver a reacção de um popular, residente no Parque natural da Serra de Aires e Candeeiros, que dizia alegremente que a direcção do Parque não lhe tinha autorizado o corte de alguns sobreiros e agora com o incêndio tinham a “paga”…sem comentários. Ou melhor, algumas pessoas merecem o país onde vivem.

  5. Lowlander

    Pois JRF… ao fim de milhoes de hectares ardidos ainda nao se sabe procurar os factores de risco para o problema. E bastante mais facil e comodo apontar o dedo rapido a incendiarios e criminosos. Malta de costas largas para todo o tipo de problemas neste mundo. Repito, olhe-se para outros paises com as mesmas condicoes climatericas e como o fenomeno se desenvolve da mesmissima maneira com ou sem justicas rapidas, draconianas, eficientes, justas etc e tal.
    Quem nao quer saber de “historietas” esta condenado a repeti-las no futuro, nunca ouviu dizer?
    Nao gosta de ouvir os ignorantes? Azar, eu tambem preferia so ver postado no seu blog apenas coisas interessantes sem a ocasional “inteligencia” deste calibre…

  6. Mário Ferreira

    Lowlander, efectivamente é melhor não ouvir os ignorantes, quando os mesmos não trazem nenhuma ideia interessante. Se não conheçe uma historieta como pode repeti-la? Desculpe mas não percebi…

  7. Lowlander

    Meu caro Mario Ferreira,

    Quanto ao mimo da ignorancia e bom ver que o blog anda cheio de gente mais inteligente do que eu, gloria a Nosso Senhor!
    O aforismo original e: quem nao estuda a historia esta condenado a repeti-la. Nao me lembro do autor mas se quiser tambem se (re)descobre. Percebe agora ou a malta inteligente percebe melhor com desenhos?
    A ideia so nao e interessante para gente inteligente porque os ignorantes que se debrucam sobre os impactos negativos de fenomenos naturais (nao so incendios, mas tambem vulcoes, sismos, tempestades, doencas…) invariavelmente avancam com solucoes tecnicas para os problemas e nao judiciais. Alias, invariavelmente tentar resolver estas questoes por via judicial, ou primordialmente pela via judicial leva a fracassos clamorosos, nao admira que os liberaloides la da banda blasfema, insurgente e afim tudo malta de reputadissimo interesse e supimpa inteligencia sejam adeptos tao fervorosos de tribunais para resolver todo o tipo de problemas, da constitucionalidade de se pagar salario minimo ao aquecimento global eles querem e juris metidos ao barulho…

  8. Mário Ferreira

    Caro Lowlander,
    O mimo não se lhe dirigia particularmente, mas gostaria de lhe relembrar que o adjectivo foi utilizado pelo próprio Lowlander, quanto à questão da inteligência, sem conhecer o seu QI, é dificil responder…
    Quanto à História permita-me discordar, acha que o que se passou nos Balcãs foi feito por pessoas que desconheciam a História, nomeadamente o Holocausto e o genocídio do Curdos, só para citar alguns exemplos? E o que se passa no Tibete, também, ou a televisão ainda não chegou à China? E os casos de “copycat” nos serial killers?
    Quanto aos desenhos dispenso-os, sou artista plástico e já tenho de sobra! Mas obrigado, fica a intenção. Se precisar já sabe, é só pedir.
    A questão não é resolver a questão dos incêndios em tribunal, a questão está em resolver os casos de negligência (que nesta terra também é crime) e de aproveitamento de uma situação caótica na prevenção e combate aos incêndios, por parte de alguns para daí tirem lucro e proveito, em prejuízo de todos. Incêndios provocados por causas naturais sempre houve e sempre haverá, mas não é por aí que “o gato vai às filhoses” (um aforismo popular para alegrar a coisa)…
    Se me alongar mais, termino com uma pequena pergunta, porque sempre que o vi aqui apenas questiona as soluções apontadas, sem nunca ter apontado uma sua? É que na sua resposta não dislumbro uma soluçãozita qualquer…
    Já agora um último conselho, mude de browser também, a pontuação nos seus posts não aparece…

  9. jose rui fernandes

    Já agora um último conselho, mude de browser também, a pontuação nos seus posts não aparece…

    Ah, o digníssimo está em Inglaterra. Aqui a pátria não era suficientemente grande para um intelecto desta dimensão.

    Vou voltar ao princípio caro Lowlander:
    Quais são as causas dos incêndios na sua douta opinião? — Isso também está supostamente estudado (tal como os factores de risco), mas os resultados, na minha ignota opinião, não são de fiar. Mas deve ter a sua opinião bem formada, correcto?
    Repito: Quais são as causas dos incêndios? Para entrar na conversa como entrou, digamos, qual é a percentagem que na sua opinião se devem a causas naturais (incluindo combustão humana espontânea — de caminheiros –, como visto no Arthur C. Clarke)?

  10. fernando

    O fogo rondou vila de muros e a bendita estrada que liga valverde a meridãos por concluir se por ventura o fogo cerca-se vila de muros e a estrada para avitoure se encontra-se intransitável a população não teria por onde fugir

  11. fernando

    Para alem disso o fogo consumiu algumas casas que embora não sendo habitadas tinham o seu valor e houve quem se queixa-se que ainda tinha chegado aos seus lameiros e terras de cultivo mas aí não posso dar certezas pois não fui ver

  12. Lowlander

    Caro jrf,

    As opinioes, especialmente as ignotas, tendem a desconfiar do metodo cientifico de facto. E por isso que os artigos terminam com conclusoes e nao opinioes (pelo menos os de referencia). Leia a informe-se
    As causas dos incendios florestais sao simples e iguais a tantos outros incendios: combustivel comburente ignicao. Uma vez que o comburente e um factor em que nao pode mexer no ar livre e a ignicao depende muito mais da temperatura ambiente que da accao humana faca voce o resto das contas que aqui o intelecto (criado a custa dos impostos saidos do seu bolso) inutil para a grande patria mae do “Correio da Manha” tem actividades mais lucrativas a que se dedicar.

    Caro Mario Ferreira:

    “Lowlander, efectivamente é melhor não ouvir os ignorantes, quando os mesmos não trazem nenhuma ideia interessante.”

    Tem razao, percebi mal, perdoe a ignorancia. Isto nao era, (de todo!) dirigido particularmente a mim… o nick no principio da frase era so para despistar…
    PS. o adjectivo foi utilizado pelo jrf para adjectivar um comentario de que nao gostou.

  13. Mário Ferreira

    Mais uma vez. e desta tardou, volta ao nosso alegre convívio!
    Realmente o problema do seu português não está só no seu browser, mas também no seu entendimento do mesmo. Se reparou a frase era dirigida aos ignorantes mas a niguém em particular. Parece-me no entanto que terá “falhado” uma observação minha anterior, e essa dirigida a si, pelo fico com a ideia de que só reage por pressão directa…
    No entanto fico contente em saber a sua opinião sobre os incêndios, que a seu ver são simples, optimo, é bom saber que os impostos de todos nós foram bem aplicados nos seus estudos. Portanto tirando causas naturais não há mais nada que possa causar um incêndio por pequeno que seja? Desculpe mas não será uma teoria simplista em vez de simples, é que não são a mesma coisa…
    Já agora aconselho também que mude de jornal, o “Público” é um grande jornal, leia e eduque-se sem ir aos bolsos dos contribuintes.
    Se tem actividades mais lucrativas sugiro que se dedique a elas, porquê perder tempo com pormenores de um país onde nem sequer está?
    Mas acabo por gostar do seu negativismo, não diria minimal, mas ligeiramente barroco.
    Sem a sua eloquente conversa o que estaria eu a fazer? A tirar umas fotos, a pintar um quadro ou a actualizar o meu blog?
    Meu caro, acho que quando desaparecer destas bandas, vou sentir a sua falta! Deus sabe que em qualquer grupo faz falta um “cromo”…(sem ofensa, claro!)

  14. jose rui fernandes

    Uma vez que o comburente e um factor em que nao pode mexer no ar livre e a ignicao depende muito mais da temperatura ambiente que da accao humana faca voce o resto das contas

    Como? Sabe qual é a temperatura de ignição do mato ou madeira? Você nem com uma pedra lascada ou dois pauzinhos conseguia fazer fogo, com temperaturas de 30ºC ou mais — mas acha que as florestas têm ignições espontâneas só porque está calor.
    Pode escrever em letras douradas e guardar para futura referência: A acção humana está por detrás de 99% dos fogos florestais em Portugal. Inclui-se acção criminosa, negligente ou acidentes puros e simples (como a queda de uma linha de alta tensão). O resto é treta.

    Quanto a tablóides, lá deve saber, está na terra deles.

    Por fim quanto a comentários, não sou só eu que não gosto da sua leveza neste assunto (por acaso há um prolífico blogger que também usa e abusa da leveza para tudo, mas é na “referência”). Já no post do Jorge Ventura, entrou completamente a despropósito, sem acrescentar nada e de certeza a pensar que andava por outro blog.

  15. Mário Ferreira

    Cara Liliana, como verifica este assunto “acende” paixões e ódios. Não posso de deixar de concordar com o JRF neste assunto, aliás como noutros.
    O que me irritam nalgumas afirmações de determinado senhor é a insustentável leveza com que trata estes assuntos, ainda por cima à distância, no seu relvado em Inglaterra a beber o seu chá e a ler o “Correio da Manhã”.
    Observo que se está a tornar uma visita habitual, ainda bem, vai ver que não dá o seu tempo por perdido. Aqui tenho aprendido muito, espero que o mesmo se aplique a si.
    Divirta-se!

  16. pedro

    Qualquer mente racional compreende que a vaga de incêncdios que ataca todos os anos Portugal não é um simples fenómeno natural. Na realidade, tornou-se uma moda! Quando imagino uma floresta portuguesa vejo automaticamente mato de dois metros (totalmente impenetrável). Então pergunto-me: De que vale limpar o meu pinhal quando o vizinho o não faz? Talvez esta questão justifique o incêndio que consumiu o parque da peneda-gerês!

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