Diferenças

Os produtores biológicos têm orgulho nos seus produtos e acreditam que embora no presente sejam um pouco mais caros que os convencionais, a diferença de preço é justificada pela qualidade e um aumento constante da procura por parte de um cada vez maior número de consumidores esclarecidos. Essa procura, tem originado um aumento da produção e um nivelamento de preços. Gostam que os seus produtos ostentem etiquetas e rotulagem bem visível, que os façam sobressair como superiores. Têm que lutar activamente para que outros produtores de menores escrúpulos não tenham o direito de ostentar rótulos “eco” e “bio”, que induzem os consumidores efectivamente em erro.
Os produtores transgénicos têm vergonha dos seus produtos que podem ser marginalmente mais baratos, mas mesmo assim sabem que muitos mercados e consumidores esclarecidos não os aceitam. Não gostam que os seus produtos ostentem etiquetas bem visíveis e os rótulos devem ser na letra menor possível. Preferem até que não se mencione sequer a sua natureza transgénica, o que acham um direito pelo que lutam activamente, já o tendo conseguido na Europa se a percentagem da composição não exceder 0,9%. A estes produtores também foi atribuido o direito de contaminar as produções biológicas até 0,9%.

Uma resposta para“Diferenças”

  1. Osvaldo Lucas

    Os 0,9% de OGMs admissíveis por lei de nãoobrigatoriamente apresentarem rotulagem é para contaminações ACIDENTAIS.

    Mas, vivam as leis do mercado. Será difícil as Monsantos ficarem com os 100% se o mercado estiver fraccionado em Biológico/”Normal”/Transgénico.

    Não esquecer ainda que, se o mercado funcionar razoavelmente, uma reputação custa a criar mas perde-se com muita facilidade. Ou seja quanto maior for uma multinacional maior pode ser a queda…

  2. José Rui Fernandes

    Julgo também que até 0,9% de OGM nos produtos não obriga a declarar nos rótulos. Não é isso? Agora não tenho aqui nada que confirme…

    Não me acredito no que diz. A prática demonstra-o. Nem me lembro de exemplos contrários a não ser coisas tipo Andersen Consulting (ou seja, colarinho branco). Basta lembrar a Union Carbide que com tantas vidas acabou e arruinou na Índia. Hoje é parte feliz da Dow Chemical — “no harm done”. Gostava de saber o que o “mercado” fez por este caso.

    Ou a Exxon, depois do Exxon Valdez, aí estão eles, com as suas tácticas delinquentes e recursos ilimitados. O que fez o mercado pelo Alasca, o meio ambiente e tantas pessoas prejudicadas? Zero.

    Primeiro, porque as agro-químicas e biotechs andam a lutar activamente para controlarem todo o processo — por exemplo o facto de a Monsanto ser a maior empresa de sementes convencionais, pode (e vai, se calhar já está) servir para manipular o mercado nas calmas.

    Segundo, também andam a lutar para que os transgénicos em termos legais, sejam equivalentes a convencionais. Sementes são sementes, plantas são plantas. Mais gene, menos gene.

    Terceiro, estas empresas têm recursos ilimitados (literalmente) e bons amigos. A reputação perde-se na empresa da esquina, não nestas. Aliás, se assim fosse, reputação já a Monsanto não tem — é empresa sem qualquer tipo de escrúpulos. mas fecham uma porta para abrir logo 100 a seguir. Deviam ter ficado pelo “agente laranja”, faziam menos mal à humanidade e ao planeta.

    Será difícil as Monsantos ficarem com os 100%

    Ah, já estou mais descansado! Que é isso de 100%? Deve ser algo pior que 50%, e daí? A táctica para já é os transgénicos fazerem o seu caminho sem grande alarido. Vamos em 100 milhões de hectares já com essa praga (área de quantos países como o nosso?), animais a ser alimentados literalmente à socapa, produtos no mercado sem etiquetas… Quando o Mundo acordar, se acordar, já será um facto consumado.

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