Crónica do tempo perdido (1)
Tenho ideia e provas na prática, que um cliente para as empresas em Portugal não passa de uma incomodação necessária; alguém que tem de ser atendido e de preferência despachado rapidamente, quando não é lentamente. E digo isto, tendo experiência própria de estar do outro lado e já ter assistido a todo o tipo de esquemas, golpes de rins e contorcionismos vários por parte dos clientes, o que não contribui em nada para a confiança entre as partes.
Mas isto a propósito que já há cerca de 15 anos que compro nos EUA e vários países da Europa, profissionalmente e particularmente, tendo sido sempre atendido de uma forma educada, por vezes exageradamente solícita e acima de tudo com um profissionalismo exemplar.
Nos últimos tempos, começaram a surgir umas excepções que ameaçam tornar-se regra. A minha explicação para tão perturbador facto é a facilidade com que qualquer analfabeto internacional lida com a internet, congemina esquemáticos e destila má educação por todos os botões do teclado. A paciência e capacidade de responder está a esgotar-se e pelo meio, reclamações legítimas vão para o grande arquivo geral debaixo da secretária.
A revista Gardens Illustrated editada pela BBC é a que eu mais gosto de receber. Da capa à contracapa, todas as páginas transbordam de classe e bom gosto hortícola. Assim sendo, resolvi tentar adquirir todos os números antigos disponíveis. Como não encontrei um endereço electrónico para o efeito, renovei a assinatura e encomendei os referidos números por carta.
Devido a algum lamentável engano, enviaram-me e cobraram, também vários números que já faziam parte da minha colecção resultantes das assinaturas, totalizando 18 exemplares repetidos.
Reclamei várias vezes sem qualquer resultado, embora obtendo duas respostas numa primeira abordagem — a dizer que não localizavam a minha assinatura (muito estranho continuar a receber a revista regularmente) e que se queria fazer uma encomenda(?) para enviar morada e cartão de crédito. Ou seja, ignoraram completamente a reclamação e não voltaram a responder até hoje.
Por sorte da BBC e azar meu, esta não é revista que se cancele, mas este tipo de tratamento considero inaceitável em qualquer lugar do Mundo. Às vezes não posso deixar de pensar que é consequência de reclamar a partir de um certo país à beira-mar plantado…
Deixe um comentário