O Jardim: Manual do Jardineiro Amador

O Jardim: Manual do Jardineiro Amador
Com a autoria de Joaquim Casimiro Barbosa e edição de José Marques Loureiro em três volumes entre 1892 e 1893, é mais uma obra que tive a sorte de encontrar e tratei imediatamente de adquirir. Com 516, 544 e 610 páginas, era uma referência na época e provavelmente ainda o será hoje. Adoro estes livros por variadas razões. A sua antiguidade encanta-me e a qualidade também. Estão cheios de indicações muito úteis e são de uma época em que a agroquímica não existia. Os nitratos fariam a sua aparição um pouco mais tarde, no início do Século XX, uma invenção do químico alemão Fritz Haber (Wikipedia), ironicamente um judeu que também inventou o gás Zyclon B.
A edição que tenho não sei se será uma reedição da Livraria Lello & Irmão, pois no frontespício tem um pequeno papel colado com a chancela dessa livraria, por cima de “José Marques Loureiro, editor”.

Uma resposta para“O Jardim: Manual do Jardineiro Amador”

  1. Celso do Lago Paiva

    Prezado José Rui:

    Obrigado por compartilhar!

    Tenho também essa preciosidade bibliografica, presenteada por meu professor e amigo Clóvis Ferraz de Oliveira Santos, professor da ESALQ/USP em Piracicaba, Estado de São Paulo.
    A obra havia sido de seu pai, Pedro de Oliveira Santos, um dos primeiros professores de Agronomia do Brasil.
    Agora são três ex-libris no mesmo livro, separados por uns setenta anos.

    Meu exemplar (no volume segundo) teve a editoria obliterada, na pagina de rostro, por etiqueta com os dizeres
    “[PORTO] LIVRARIA INTERNACIONAL DE ERNESTO CHARDRON/ CASA EDITORA/ Successores, Lello & Irmão/ 96-Clerigos-98”.

    Considero valida, no entanto, a editoria original, dificil de se ler a contra-luz, através da etiqueta colada por cima:
    “PORTO [não coberto pela etiqueta]/ JOSÉ MARQUES LOUREIRO – EDITOR/ 5 Rua [ilegivel] dres, 5/ 1892”.

    Tenho grande apreço por essa obra, que utilizo em artigos que redijo, por exemplo:
    “A mombrécia (Crocosmia x crocosmiiflora, Iridaceae), como exemplo de invasora, surgida como híbrido artificial na França (BARBOSA, 1892, p. 433) apenas em 1879, foi introduzida no Brasil em data ignorada, provavelmente em São Paulo, e disseminou-se de forma a ocupar hoje milhares de sítios de vegetação natural (florestas e campos) de altitude em encostas na Serra do Mar (São Paulo e Paraná) e Serra Geral (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e em planaltos anexos, constituindo invasora preocupante.”
    (PAIVA, Celso do Lago; SANTOS, Ana Carla Fonseca, 2006. Taperas e suas plantas: etnobotânica dos antigos assentamentos humanos. Diálogos 10(3):33-53, Maringá. Disponivel em pdf:
    http://www.uem.br/dialogos/index.php?journal=ojs&page=article&op=view&path%5B%5D=81&path%5B%5D=pdf_66).

    Você conhece alguma outra citação acadêmica de “O jardim”?

    Coleciono livros sobre Botanica Economica, de todo o mundo.
    Possuo muitas raridades, compradas em “sebos” (livraria de usados) ou recebidas de amigos,
    que espero um dia disponibilizar como pdf através do Instituto Pró-Endêmicas.

    Parabéns pelas informações que veicula na rede (sitio digital “Quinta do Sargaçal”)!

    Abraço,
    Celso

    Celso do Lago Paiva
    Engenheiro agronomo (ESALQ, 1990)

    Instituto Pró-Endêmicas

    Curvelo, Minas Gerais, Brasil

    celsodolago@hotmail.com

  2. Marcos Sousa Guedes

    Caro José Rui Fernandes, devo dizer que também aqui vim ter por ser descendente do Joaquim Casimiro Barbosa (trineto), e com sua licença deixo um abraço ao meu primo Vasco Bizarro. Nunca tive um exemplar de ‘O Jardim’, que apenas uma vez encontrei à venda há muitos anos no Porto; dele consegui encontrar ‘A Horta’ e, por coincidência, encontrei há poucos dias uma colecção (incompleta) do “Jornal de Horticultura Prática” que era dirigido pelo José Marques Loureiro e onde o JCB também esporadicamente escrevia. Infelizmente nada entendo de botânica e horticultura, mas pareceram-me interessantíssimos e já passei um serão entretido a folheá-los…
    Já me tinha interrogado sobre se ainda teriam interesse científico para alguém, fico contente por saber que sim.
    Um abraço

  3. Celso Lago-Paiva

    Prezado José Rui:

    Eis citação de trecho de trecho sugestivo do livro de Barbosa:

    “O sentimento do bello é um dos sentimentos caracteristicos da raça humana.
    Qualquer que seja o estado de civilização em que o homem se encontre; qualquer que seja o seu estado de desenvolvimento intellectual, elle é sempre mais ou menos dominado por esse sentimento, que o arrebata para além das regiões da materialidade”

    (In: Parque Biológico de Gaia E.E.M., 2010. Raízes bibliográficas da História Natural de Portugal. Catálogo de publicações existentes 2010. [Vila Nova de] Gaia, 82 p. Disponível: http://www.parquebiologico.pt/userdata/rbhnp_online1.pdf).

    Abraços transatlânticos,
    de plantão domingueiro no
    Parque Nacional da Serra do Cipó,

    Celso

  4. Nuno Bizarro

    sou trineto também de Joaquim Casimiro Barbosa, sobrinho do Vasco Bizarro, que aqui também já deixou comentário!
    em tempos consegui comprar um exemplar da “Horta” 4ª edição da livraria Lello.
    Celso, deixo aqui alguma informação, que copio do site da universidade do Porto, sobre seus ilustres alunos!

    Joaquim Casimiro Barbosa nasceu no Porto, em Massarelos, a 22 de março de 1841.

    Em 1861 concluiu o curso Farmacêutico na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e fez também os cursos de Agricultura e Botânica da Academia Politécnica do Porto.

    Em 1875, durante a sessão do conselho académico de 4 de fevereiro, foi nomeado 1.º oficial do Jardim Botânico da Academia Politécnica, em substituição de Agostinho da Silva Vieira.
    Casimiro Barbosa foi secretário do Instituto Industrial e Comercial do Porto entre 1877 e 1921 e chefe dos Jardins e Arvoredo da Câmara Municipal do Porto (1913).
    Foi colaborador e amigo, com Duarte de Oliveira (1848-1927), do famoso horticultor e floricultor José Marques Loureiro (1830-1898).

    Capa do livro A Horta / Book A HortaPublicou trabalhos sobre horticultura e jardinagem, tais como A roseira: sua cultura e multiplicação (1880, em co-autoria com J. Pedro Costa), A Horta: tratado das hortaliças e outras plantas hortenses: sua descrição, multiplicação e cultura (1884, 1.ª de várias edições), O jardim: manual do jardineiro amador (três volumes, 1892).

    Foi redator do Jornal de Horticultura Pratica (publicado entre 1893 e 1906), da Real Companhia Hortícola-Agrícola, assim como do Jornal Hortícola Agrícola, e colaborou com periódicos congéneres.

    Sócio fundador do Centro Farmacêutico Português, em 1869, e da Sociedade de Instrução do Porto em 1880, foi membro da Sociedade Farmacêutica Lusitana (1851) e sócio extraordinário da Societas Botanica Edinburgum (1905).

    Após a fundação da Universidade do Porto em 1911, Joaquim Casimiro Barbosa foi convidado a lecionar a cadeira de Botânica, mas declinou o convite.

    Morreu no Porto a 1 de agosto de 1921.
    (Universidade Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2017)

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