Rui, acho que falta analisar um ponto muito importante na questão dos carros eléctricos: o impacto ambiental das baterias. Senão vejamos: o lítio é extraído no Canadá com uma técnica de extracção brutalmente agressiva e que usa enxofre – entre outros produtos tóxicos – que depois se precipita como chuva ácida, é escusado dizer que à volta destas minas tudo o que era floresta está morto (e porque é que será que isto no Canadá não me espanta, já sei! areias betuminosas…). Deposi de extraído é enviado para a Alemanha onde é refinado, purificado e preparado para o passo seguinte. Daqui segue para a China onde, mais uma vez num processo altamente tóxico, é transformado numa espuma de polímeros e preparada para ser enviada para o destino final, Japão, onde é finalmente transformada em baterias para os híbridos e eléctricos.

Falta ainda equacionar quem vai, e sobretudo como, reciclar estas baterias sabendo que são peças sensíveis e instáveis – o exemplo mais conhecido é o das baterias de telemóvel que explodem (são também feitas de polímeros de lítio) – e que carecem de algum cuidado para não se transformarem em bombas.
Num carro recente cerca de 80% é possível de reciclar portanto nesse sentido já muito se evoluiu mas falta saber como se vão reciclar as baterias para termos a certeza de que as mesmas vão entrar novamente no circuíto de produção senão são apenas ‘petróleo verde’ que uma vez usado nunca mais pode ser aproveitado e/ou reciclado.

Dêem-me um carro não poluente que eu troco o meu de imediato portanto venham lá bons carros eléctricos. Estou à espera de um eléctrico num segmento que vai ser interessante de seguir nesta tecnologia: os todo-o-terreno 4×4 puros e duros. Se temos já bons desportivos eléctricos para quando um jipe?