Château de Villandry: A horta
É para mim a parte mais surpreendente e emblemática deste jardim, “le potager”. Tem 12.500m2, composto por nove grandes quadrados, todos diferentes, com canteiros bordados a buxo.
Há uma plantação de Primavera com saladas (muitas variedades), rabanetes, lentilhas e outros. No Verão chegam as courgettes, cenouras, aipo, pimentos, tomates cereja, beterrabas… Tudo perfeitamente ordenado e respeitando um plano de rotatividade.
Muitas bordaduras são floridas. No total são necessárias 30.000 plantas de flores e 50.000 legumes na Primavera e 30.000 legumes no Verão, cada ano. No total, 110.000 plantas.
As famílias dos proprietários e das pessoas que trabalham no castelo, consomem todos os legumes que podem. O resto, por alguma razão, provavelmente manter a horta sempre com bom aspecto e equilibrada, não é comercializado. O resultado final é compostado e volta à terra no ano seguinte.
Uma resposta para“Château de Villandry: A horta”
É realmente impressionante! Mais uma vez se prova que a expressão “à grande e à francesa” não é destituida de sentido.
Reparo nas fotos que os canteiros das hortícolas estão em terra nua. Será que têm um batalhão de mão de obra ou recorrerão a herbicidas? E aquela ripa de madeira colocada parcialmente debaixo das abóboras? Será para evitar que apodreçam em contacto com a terra?
E obrigado por esta visita JRF!
Confesso que não percebi de onde lhes vinha o dinheiro na época renascentista (ou melhor, não sei história), para se atingir este nível de grandiosidade e opulência. Acho que os franceses saqueavam a vizinhança — Espanha, Portugal, Inglaterra e Itália, de onde lhes vinha a inspiração artística. Sou eu a dizer…
A madeira nas abóboras acho que é para isso. O resto, respondo já no próximo post. Está agendado, lá para as 20h30 :) .
Não tens de agradecer… Eu não estava a brincar quando disse que vi maravilhas sem fim. Para quem agora repara em flores e árvores, mais até que monumentos, a França não tem paralelo. E particularmente o Vale do Loire, é para regressar, com calma e com a família.
Depois do jardim (para aproveitar a luz), fomos para dentro. Foi uma desilusão. As salas são pequenas, não sei para onde foi o espaço (algum está nas paredes de 120cm)… Tudo muito desconfortável, estranho até. Obras de arte tenebrosas, não digo qualidade, mas temática, da escola espanhola. Claro que não se visita as alas habitadas, aí não sei como é.
Provavelmente do mesmo sitio de onde hoje em dia se tira dinheiro para fazer obras megalomanas ,podem-se mudar os tempos mas o engenho é o mesmo
Números impressionantes, jardins bem tratados, agradáveis e tinhas razão quando os anunciaste como “uma maravilha sem fim”. Os franceses sempre foram muito bons na criação deste tipo de jardins e na construção de castelos e palácios fabulosos. No nosso país também existem monumentos espectaculares (lembro-me da Batalha, convento de Tomar, sé de Évora, etc.) mas em comparação com os franceses estão pior conservados e ainda pior divulgados.
Enquanto não alterarem esta situação continuamos a ter que sair para ver maravilhas como as que tens partilhado aqui com todos nós.
[…] Na foto, as beterrabas foram invadidas por uma maré verde de trevos, junça, beldroegas, sempre-noivas e sei lá que mais. É ao olhar para isto que as imagens de Villandry, registadas pelo JRF, se tornam quase chocantes, no sentido de que eu nunca conseguirei ter assim a horta. […]