Maldita perda de tempo
O tempo é o único capital que considero imperdível. E perco muito. Por tudo e por nada. Quando me dá para a improdutividade, consigo ser muito bom, mas também ao que vejo, se calhar não serei assim tão bom como isso. Apesar do Natal deste ano ter sido excelente — mérito integral para as crianças –, passei a véspera gripado, o dia a dormir (a verdadeira perda de tempo)… Depois, para alguém como eu que já se vê grego para adormecer a horas, a noite acordado… Enfim, a desregulação completa. Entretanto fiquei melhor e a lenha acabou outra vez.
E então, com a motoserra nova, lenha cortei. E apanhei frio e suei. Resultado: Fiquei bem pior. Primeiro dia do ano, fomos almoçar fora com os meus pais, eu totalmente arrastado e para — digamos –, não me chatear; mal regressamos — zás –, cama! Mais um dia inteiro a dormir. Que miséria franciscana! Que perda de tempo! E à noite, olhos bem abertos.
E, nestas noites de olhos bem abertos, resolvi aprender CSS (W3). E aprendi bastante. Espero não me esquecer… Agora esqueço-me de tudo. Devem ser as “bad vibes” dos telemóveis e wi-fi de que me rodeei nos últimos 10 anos. Ontem estive a ver o maravilhoso Rio Bravo (IMDB) de Howard Hawks, com o inimitável John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson (irreconhecível)… Já devo ter visto este filme umas dez vezes, no mínimo. Foi como vê-lo a primeira vez — o que tem inegáveis vantagens, mas está a preocupar-me ligeiramente.
O único que me compreeende é o Pedro. Quando me vê, ou pede para jogar Wii ou exclama:
— Coitadinho do papá!
Uma resposta para“Maldita perda de tempo”
Também eu ando de sonos trocados e com saldo positivo (quero dizer a mais) de sono.
Noites que fico acordado e vou para a sala ler ou para o computador.
E tenho tanto para escrever e não encontro a vontade…
Caro José Rui Fernandes
Não se preocupe que tudo isso é normalíssimo… E ainda por cima com o apoio afectivo do Pedro… quer melhor?
Além de lhe vir desejar rápidas melhoras, também gostaria de partilhar consigo o fascínio pelo Rio Bravo do Howard Hawks, que também fiquei a ver e que também já devo ter visto umas sete ou oito vezes… E não, não é mau sinal vê-lo como se fosse sempre a primeira vez, acredite! É que o filme está maravilhosamente construído, a começar pela escolha dos actores, uma combinação perfeita que funcionou numa espécie de química de “bons velhos amigos”. É essa atmosfera de “um por todos, todos por um”, do respeito de uns pelos outros, esse afecto genuíno, que nos fascina também, acho eu…
Bem, já me deixei entusiasmar pelo tema!
Cumprimentos. Ana
Isso é outro problema que atinge muita gente, eu incluido. Quem diz escrever, diz outras coisas. Já o meu avô dizia que é preciso contrariar o corpo.
Esquecer-me dos filmes? Estas mudanças assustam um pouco. Antes lembrava-me de todos os detalhes — mas talvez fossem uma das minhas maiores preocupações. Agora é diferente e as preocupações são outras.