“Eu ainda sou o melhor intérprete do que escrevo”*
(*Além do melhor escrevinhador do que escrevinha).
João Miranda, o maior caçador de gambozinos da blogosfera, La Palice dos tempos modernos, julga-se inclusivamente inteligente. O expoente máximo da sua finura, manifesta-se quando sistematicamente ignora o essencial, foge das questões, rebaixa qualquer assunto ao seu nível, falha a tentativa crapulosa de não entrar em contradição e ainda ensaia arrogantes moldes de piadas e ironias lascadas. A turba faz o resto. Devo ter tocado nalguma diminuta nervura, porque nesta última é particularmente sem vergonha.
Começa por mimetizar alguma epifania que teve ao descobrir os idóneos e credíveis sites que sorve alarvemente para (a)fundar as suas opiniões, mas diz que eu é que descobri não sei o quê. Todo este assunto são mais que velhas notícias. O grande caçador da blogosfera portuguesa é que insiste na sua ausência de dúvidas do século passado. Sempre para o lado que já foi discutido e escrutinado há oito anos. Desde essa data, acumularam-se dados objectivos e preocupantes, que aliás surgem numa base quase diária. No outro campo, uma cortina de desinformação e charlatanice, que o douto caçador insiste, em seu único proveito, de colocar ao nível da ciência, rebaixando de facto todos os cientistas, a uma abjecção insuportável.
Porque é que um “know-all” português, num blog auto-proclamado de “referência”, realça um site como o Junk Science (ou o World Climate Report) é a única questão. O resto é treta. E de treta percebe o João Miranda. É um “free rider” da treta, que tal como o blog onde escreve, é barata. Não lhe custa nada.
As virgens, a pureza, a “indústria dos estudos científicos”(!), a ciência e os cientistas, os árbitros, as bombas da Galp e os Montes Caulinos, é pura distracção. Demagogia barata ao nível de uma qualquer Fátima Felgueiras. E funciona, basta contabilizar os mais de 140 comentários produzidos. Fala-se imediatamente em cientistas pagos pela Exxon, que é fazer o jogo deste finório. Não se tratam de cientistas pagos para investigar nada. São apenas porta-vozes críveis aos olhos da volátil opinião pública norte americana e desinformadores profissionais como Steven Milloy e outros. Da parte da Exxon, nunca houve ciência envolvida neste assunto, o essencial sempre foi desinformar.
Mas este avisado escrevinhador diz também que não há cá interesses de primeira e interesses de segunda. Quando pedi para explicar o interesse do Blasfémias no meio disto tudo, recebi a resposta via “groupie” de serviço:
O Blasfémias não precisa disto para viver/sobreviver. Assim não é motivado por interesses.
Esclarecido. Do João Miranda, nem sinal. Voltou a meter outra vez a piada da Galp, lá teve medo que alguém não tivesse percebido à primeira. Eu também acho que nunca se deve desperdiçar uma boa piada. E vou demonstrá-lo, desde o título até à última linha deste texto. Responder de forma simples a perguntas simples é que não vale a pena.
Entretanto e com base nos seus inenarráveis comentários (ver a “sabedoria João Miranda” mais abaixo), o óbvio passa a entrar pelos olhos dentro. Há um nível de fustração que não consigo determinar e acima de tudo, a total e completa falta de bases, que não vêm escritas no “Liberalism For Dummies” (em português “Liberalismo Para Totós”), nem em qualquer outro livro, nem se ensinam nas faculdades e muito menos posteriormente. Está a minha filha agora a começar a aprendê-las, ensinam-se na educação primária, na pior das hipóteses no ciclo e eventualmente na catequese.
Ora bem, infelizmente para o grande caçador, discutir com marmanjões esses conceitos básicos que deviam ser transversais à própria vida de um indivíduo, está fora do âmbito deste espaço. Continuar a contribuir para exarcerbar o ego já de si extrofiado de um macróbio, alguns micróbios e outros parasitas, idem.
Portanto, caríssimo amigo, tenho que o convidar a ir caçar gambozinos lá para os lados do Barnabé. O único que está e estará sempre, à altura diminuta da sua gíria. Se achar aquilo um bocado parado, a descair para o morto, a única coisa que lhe posso dizer é que se continue a interpretar.
Acabou este post, mas para que não se insinue que não tenho sentido de humor e porque os comentários do Blasfémias desaparecem ao fim de um tempo, salvei alguns para a posteridade (incluindo o título, um futuro clássico). Alguma “sabedoria João Miranda”, para deleite dos estimados leitores:
O interesse das companhias petrolíferos é tão legítimo como o interesse dos cientistas ou como o interesse dos ecologistas.
Ou como o interesse da Fatinha. Por propriedade transitiva podíamos ir longe.
Eu julgo os argumentos e não as pessoas nem a forma como são financiadas.
E Felgueiras aqui tão perto…
Eu não ando abcecado com a credibilidade de ninguém. Esse problema nem sequer foi levantado por mim.
Obviamente, a não ser com a própria.
Em questões científicas e políticas, os dados ou são públicos ou podem ser reproduzidos. Tudo pode ser escrutinado. Não é preciso confiar na credibilidade de ninguém.
O Google devia lançar um auto-interpretador pessoal. É uma ideia genial.
quem está à espera de casar com uma virgem, o mais provavel é que case enganado ou morra solteiro.
Não comento a vida particular de ninguém.
Numa sociedade, todos os individuos têm direito, e até mesmo o dever, de defender os seus interesses.
Ui, ui.
As pessoas têm interesses próprios e agem de acordo com eles e não há nada no mundo que possa mudar isso.
Algumas têm dificuldade em determinar onde acabam os seus interesses e começam os do próximo, que não passam de uns perfeitos desmancha-prazeres.
É o experimentalismo social. Nós não sabemos no que isto vai dar, mas queremos fazer uma experiência com as vidas de 6 mil milhões de pessoas a ver no que dá.
Nota: Transversão. O autor não se refere ao que parece.
Há uma questão ética essencial que os intervencionistas não respeitam: não se fazem experiências com pessoas.
O João Miranda anda por aí em órbita de algum estilhaço espacial e julga que é o centro do Universo. No mesmo Mundo que eu, mero mortal ignorante, não vive de certeza e ainda bem.
Sendo eu socialmente priviligiado, suporto bem determinadas asneiras políticas.
E asneiras escritas cada vez que se auto-interpreta, nem se fala. É autenticamente à prova de furacões categoria 5.
O que os ecologistas querem é implementar um processo de engenharia social à escala planetária que transforme a sociedade contra os desejos mais básicos das pessoas.
Entendo, entendo. Ninguém é perfeito.
Só tenho hipótese de aceder à internet se viajar para o Porto. Ora, para fazer isso terei que emitir alguns quilos de gases de efeito de estufa. Estou indeciso entre o futuro do planeta e uma noite eleitoral no Blasfémias.
A piadinha fina.
Conhece algyum cientista que defenda que a sua área de estudo não é da maior importância para a sociedade?
A beleza das perguntas retóricas.
cientistas financiados pelo estado estão fortemente interessados num certo tipo de resultados e nao merecem credibilidade
A condição necessária, suficiente e única para a falta de credibilidade, desde o estudo da viscosidade do ketchup, aos nanotubos de carbono.
A neutralidade não existe e por isso é que há discussão pública. Para escrutinar todas as opiniões, incluindo as dos cientistas.
Ao autor, calhou a ingrata tarefa de escrutinar o Junk Science, que passou com 20 valores, distinção e louvor.
Confiar na neutralidade das opiniões dos cientistas em questões políticas é acreditar no Pai Natal.
A beleza do espírito natalício.
Os cientistas financiados pela Exxon também são pares, ou só são pares os que têm interesse em empolar o interesse público de um estudo?
Esta merecia a interpretação do melhor auto-interpretador da blogosfera.
Não há processo de financiamento mais transparente que o da Exxon.
Principalmente na rubrica de despesas confidenciais. É tanta e tão transparente, a transparência, que até a patentearam.
Uma resposta para““Eu ainda sou o melhor intérprete do que escrevo”*”
Inenarrável!!! Se não fosse tão dramático, quase chega a ser hilariante. Porém, com tanta “iluminação” até se poderão resolver parte dos problemas energéticos…
Caro jrf,
Se te puseres a recolher as perolas que as ostras blasfemas vao criando tens de fazer um segundo blog…
O JM mais que caçador de gambuzinos é um caçador dos seus 15 minutos de fama que pretende eternizar.
Vendedor de banha da cobra, parece-me que quer subir a figura principal de algum culto ou seita criando uma nova linha de pensamento, e filosofia, eventualmente acéfala, normalmente imbecil, em que uma das suas máximas será no minímo o da desonestidade intelectual (não falo na máxima da falta de credibilidade já que ele é muito sensível a isso). O surpreendente, ou não, é que ele parece estar a fazer escola e já ter seguidores fieis…
No entanto resta saber se ele se livra de pelo menos nalguns assuntos não ser mais que um palhaço no circo por ele próprio criado, coadjuvado por quem certamente não costumará dar lá muito bom uso ao cérebro e neurónios que terão, ou não.
Com uma análise fria e racional só a esta conclusão se pode chegar.
Pois é caro Lowlander, já pensei nisso. Não irá acontecer. Pelo contrário. Não me importaria de participar numa conversa interessante e/ou inteligente, mas não vou continuar a contribuir para dignificar e dar visibilidade a balelas seguidistas desprovidas de valores mínimos e princípios.
Este pacato blog vai voltar ao normal muito rapidamente, batatas, árvores e outras coisas realmente importantes.
Evidentemente que os problemas ambientais, sempre na ordem do dia, vão continuar a merecer destaque, designadamente o aquecimento global. Se reparares na notícia da CNN que indiquei no post a seguir, é um assunto que continua a ter muito que se lhe diga e o lobby petrolífero está muito longe de ter desistido — é uma luta difícil quando o próprio presidente Bush é o principal cabeça de cartaz.
Criticam o João Miranda, mas enchem o vosso veneno de vacuidades. Como dizia Guterres – mediocridade e inveja.
Caro(a) Troglodita (ou prefere CMO?), “vacuidades” como diria o Dr. Pacheco Pereira (acho que se esqueceu de referir), tais como? E a que “veneno” se refere?
Tem algo de substantivo a dizer além de referências ao que “dizia Guterres”? Senão, convido-o(a) a deixar-se ficar pelo “blog de referência”.